Boas práticas em tempos de pandemia

É de conhecimento mundial que o novo coronavírus (COVID-19) tem afetado diversos setores da sociedade. Neste cenário, a cadeia produtiva de alimentos também está a sofrer os impactos. As indústrias de alimentos e distribuidoras já estão sob forte pressão devido ao aumento dos custos de transporte. Por outro lado, enquanto o setor de turismo e transporte tem uma queda significativa, a faturação dos Supermercados e Hipermercados têm tido um considerável aumento. 

Neste momento o agro tem um papel fundamental de manter as suas atividades, garantindo o abastecimento e o acesso da população aos alimentos. É importante que a produção continue a avançar e, para isso, tecnologias e inovação são essenciais, já que o setor agro também será afetado em algum nível dependendo das ações tomadas nos outros setores, especialmente aqueles responsáveis pelo fornecimento de insumos, escoamento da produção e no benefício dos alimentos.

Existe uma grande importância na não paralisação dos serviços essenciais e a importância do agronegócio nesta crise. Em todos os Países, os agricultores estão a encontrar formas de continuar a produzir no meio do caos da pandemia com toda a segurança recomendada pelo Ministério da Saúde. 

O setor continua a produzir arroz, feijão, milho, leite, ovos carne, frutas, legumes e verduras. O agro não para e nem vai parar.

Com tudo isso, redes que recebem alimentos (Supermercados, restaurantes, etc) adotaram medidas de monitorização e rastreabilidade dos fornecedores de suprimentos para garantir que tenham uma boa gestão de stock para atender de forma mais segura aos seus clientes e conter o aumento dos preços. A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu recomendações de precaução, entre elas boas práticas de higiene e como manusear e preparar alimentos e evitar uma possível contaminação cruzada entre alimentos cozidos e não cozidos.

Vale ressaltar aqui que ainda não temos conhecimento de nenhum caso de transmissão do covid-19 através de alimentos e das suas embalagens, no entanto, quando se trata de segurança do alimento, é preciso observar alguns comportamentos e hábitos que podem influenciar direta ou indiretamente na transmissão do vírus, como grandes aglomerações em mercados e restaurantes, que aumentam as chances de contaminação. 

É claro que, todos que lidam com a cadeia produtiva de alimentos, devem possuir responsabilidades e estar de acordo com a legislação alimentar, além de manter práticas de higiene adequadas o tempo todo. A Organização Mundial Saúde recomenda boas práticas para isso, confira:

• Higienização: Todos os colaboradores devem higienizar corretamente as mãos e braços com água e sabão ou álcool 70%. Para secar-se dê preferência para o papel toalha;
• Pense no próximo: Deixe disponível o álcool 70%, tanto para os seus funcionários quanto para clientes, em pontos essenciais ou áreas onde eles manipulam os alimentos;
• Procedimentos de Boas Práticas: Se a sua empresa não possui procedimentos de boas práticas para manipular os alimentos, está mais do que na hora de adotar;
• Limpe as superfícies: Toda a área tocada por funcionários e clientes (bancadas, carrinhos, wc´s, torneiras,etc) deve ser periodicamente limpa e desinfectada. Pode utilizar desinfetante com cloro (1g para 1L) ou com dióxido de cloro (0,5g para 1L) por 30 minutos e, depois, com água limpa;
• Normas para a circulação de pessoas: Evite filas, aglomerações e mantenha os ambientes ventilados, limpos e organizados, bem como o stock de alimentos;
• Dê atenção aos seus clientes: Além de garantir os cuidados com a saúde de todos, alie a boa gestão com uma comunicação clara. Converse com os seus clientes e deixe-os cientes de que a sua produção está a tomar todos os cuidados necessários;
• Preste atenção à sua equipa: Qualquer sinal de gripe deve ser tratado com o maior cuidado. Dispense os seus funcionários que apresentem qualquer sintoma e oriente-os a ficar em casa;

Vale lembrar que o COVID-19 é transmitido a partir de gotículas de saliva (tosse, espirro, saliva, etc), toque ou aperto de mãos, objetos e ar contaminados. A doença é similar a uma gripe, mas em casos mais graves pode apresentar falta de ar. Caso esse sintoma apareça é a hora de ligar à saúde 24. Em caso contrário a recomendação é permanecer em casa para evitar contato com pessoas e a disseminação da doença.

Então, num momento como o que estamos a viver, o diferencial do produtor deve estar na segurança e qualidade do alimento. Esse cuidado reflete em preocupar-se com todos os riscos para o consumidor e para os funcionários. As boas práticas agropecuárias e industriais e a rastreabilidade de alimentos contribuem e facilitam o controlo de qualidade e segurança do alimento.

Bons cultivos ;)

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